- O que? Você não gosta de gente?
- Não muito. Prefiro plástico bolha.
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Sem inspiração
Encontro-me aqui.
Com a ponta redonda, de um lápis qualquer
achado por aí.
E a folha já fina,
de se apagar
as poucas palavras, as menos vulgares
que estive a pensar.
Com a alma quieta,
pronta a sucumbir
ao branco da folha, ao negro grafite
pra mim a sorrir.
E a atmosfera
a sincronizar.
Meus olhos, meu sangue, vibrando meu pulso
pesando meu ar.
Em prece, atiradas
Palavras em linha.
Intenção e apelo, beleza e medo
de estar sozinha.
Mas não adianta
É uma vida em vão.
Dois tempos eternos, sem nada de belos
sem inspiração.
Encontro-me aqui.
Com a ponta redonda, de um lápis qualquer
achado por aí.
E a folha já fina,
de se apagar
as poucas palavras, as menos vulgares
que estive a pensar.
Com a alma quieta,
pronta a sucumbir
ao branco da folha, ao negro grafite
pra mim a sorrir.
E a atmosfera
a sincronizar.
Meus olhos, meu sangue, vibrando meu pulso
pesando meu ar.
Em prece, atiradas
Palavras em linha.
Intenção e apelo, beleza e medo
de estar sozinha.
Mas não adianta
É uma vida em vão.
Dois tempos eternos, sem nada de belos
sem inspiração.
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Toda em vontades e promessas vazias
Tinha a malícia no risonho olhar.
Conheço sequer alguém que pensaria
Que render-se-ia ao segredo do mar.
Com os pés descalços e a mente já fria
Tinha a legenda do olhar, no luar.
Respirava fundo, e assim o fazia
Em sincronia às ondas do mar.
E então de repente, no mesmo momento
Notou a melodia, tremulando o ar.
As ondas em festa, o vento em lamento
Soando como uma orquestra a tocar.
E frente a isso, tão estasiada
Com esse presente, sonoro do mar.
Piscou desistente, explodiu-se em risada
Com o som da água, quebrando o ar.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Ismália
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...
(Alphonsus de Guimaraens)
P.S.: Estou tooootally in love por Ismália!
domingo, 8 de maio de 2011
Interiorize-SSse
Chora muda, calmamente.
Ardendo a alma atravessando as molduras envidraçadas.
Ilumina a existência do velho estar; e internamente o faz acelerando.
O refletir avança em soluços, mexendo os lábios até então intactos.
Inventa fingimentos, mapeia novas dores, confabula em silêncio e nos próprios tropeços...
Sucede inesperadamente as primas frações. Aguardando o penetrar da cafeína.
Que acelera.
E toca fogo. E rasga o fio na pele. E grita em ódio. E queima, que a saliva sangra...
Mas quando que fora, abafa toda membrana delicada.
Uma missiva invisível escrita a gritos.
Fecha a janela, e abre a cortina, que já não me cabe mais a fúria.
Então cubro as células, as vértebras todas com ondas...
Não me importa o que embala o sonho alheio. É de tudo uma certa indiferença.
No antro da reta final, começa o espetáculo, as marionetes, pensando ao vibrar das cordas apertadas. Só sente que vibra ardendo, quando ondula a melodia surda.
Esterilizo a memória, do insuportável, me preparo para um banho de hipocrisia.
Libero as veias a correr equilíbrio, e procuro amparo nas letras sozinhas.
Filtro a imposição. Imperialismo fingido nunca me interessou.
E cessa a gritaria.
De punhos cerrados, sorrio gélida, numa histeria estranha e muito minha.
Toda interna e branda.
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